Veterinários pelo mundo – Justine
O meu nome é Justine e estudei medicina veterinária na UCM, em Madrid. Depois de concluir a minha formação, tive a oportunidade de trabalhar na área de clínica de pequenos animais em Espanha, Áustria e Portugal. Também tive a oportunidade de trabalhar como voluntária em projetos com elefantes na Tailândia e no Camboja e noutro com tartarugas mordedoras nos EUA.
Ter trabalhado nestes diferentes países e ambientes culturais foi uma experiência fantástica, mas por vezes também desafiante. Um dos maiores obstáculos que enfrentei no início foi, geralmente, a barreira da língua. Eu tinha que aprender a língua destes lugares e depois ganhar confiança suficiente para a empregar no trabalho, já que tinha que lidar diretamente com os tutores dos animais. Felizmente, tive sempre muita sorte com as pessoas com quem trabalhei em cada país. Todos os meus colegas e clientes estavam por norma muito dispostos a ajudar-me sempre que existia algum mal-entendido. Mas levou algum tempo e muitas gargalhas pelo meio até que me sentisse confortável. Claro que o bom de ser veterinário é que, pelo menos, os animais falam todos a mesma língua! Um aspeto muito positivo destas experiências é que aprendi várias línguas que me abriram outras portas ao longo do caminho.
Além disso, também tive que me familiarizar com diferentes ou novos medicamentos e doenças – e mesmo com a falta de certos fármacos. Também achei interessante testemunhar as diferentes atitudes culturais em relação aos animais, que inevitavelmente se refletem nos cuidados veterinários que os donos estão dispostos a pagar. O que achei mais estimulante não foi apenas esta troca cultural em si, mas também a troca de conhecimentos e aprender a fazer ou ver as coisas de diferentes perspetivas.
Depois de mais de 10 anos fora do meu país, existem alturas em que me pergunto: Será que valeu a pena? A resposta é: Sim, absolutamente. Se eu tivesse ficado em Espanha, a minha vida e carreira provavelmente seriam muito diferentes. No entanto, viajar foi decisivo e ajudou-me a crescer de forma extraordinária. Enriqueceu a minha vida não só como veterinária, mas também a nível pessoal. Através destas experiências aprendi a ser mais criativa, a desenvolver as minhas capacidades de resolução de problemas e a estar constantemente à altura de novos desafios e aventuras. Por tudo isto, eu recomendaria definitivamente a qualquer pessoa que esteja interessada em ir para fora a ir, simplesmente, e dar um salto de fé!