Toxoplasmose: Mitos e Verdades
A toxoplasmose é uma doença zoonótica provocada pela infeção por Toxoplasma gondii. Os seus sintomas podem variar entre inexistentes e febre, mal-estar geral, mialgia e, menos frequentemente, faringite, que pode assemelhar-se a uma mononucleose. As pessoas imunodeprimidas e as mulheres grávidas são os dois grupos mais vulneráveis a esta doença.
Os únicos hospedeiros definitivos documentados de T. gondii são os membros da família dos felinos (gatos domésticos e outros animais relacionados). A reprodução sexual de T. gondii ocorre no trato digestivo destes animais, onde os oocistos resultantes são eliminados através das fezes e mantêm a sua capacidade infeciosa em solo húmido durante vários meses.
No caso dos gatos, a via de contágio mais comum é através de carne crua. Assim, os gatos de rua ou com acesso ao exterior têm maior probabilidade de contrair a infeção, devido ao seu instinto de caça e à sua dieta carnívora. Pelo contrário, os gatos que vivem exclusivamente no interior e que têm uma dieta baseada apenas em alimentos comerciais, cozinhados ou previamente congelados, não correm o risco de se infetarem.
Se houver suspeita de toxoplasmose, é fundamental procurar rapidamente um veterinário para realizar os exames de diagnóstico necessários e administrar o tratamento mais adequado. Na formação pós-graduada em Clínica de Felinos da Improve Veterinary Education, terás acesso a casos clínicos reais, protocolos de diagnóstico e aos tratamentos mais atualizados.
Sinais clínicos da toxoplasmose felina
A infeção por T. gondii geralmente manifesta-se como uma condição clinicamente assintomática, evoluindo para um estado de portador. A gravidade da manifestação depende da idade do animal, do estado imunológico, da virulência do parasita e da via de infeção.
Os sinais mais frequentes incluem febre, anorexia e letargia. Outros sinais mais específicos podem ser:
- Sinais oculares
- Neurológicos
- Pneumonia
- Icterícia
Quais são as principais vias de contágio para os seres humanos?
- Ingestão de alimentos, água ou outros materiais (como terra) contaminados com fezes de gato que contenham oocistos
- Consumo de carne que contenha quistos de Toxoplasma
- Transmissão de uma mãe recém-infetada para o feto (o que pode resultar em parto prematuro, aborto espontâneo, morte fetal ou nascimento de um bebé com malformações congénitas)
- Em casos raros, através de transfusão de sangue ou transplante de órgão que contenha o parasita
Como evitar o contágio de toxoplasmose
- Manter o gato no interior, com uma dieta à base de alimentos comerciais, cozinhados ou previamente congelados
- Limpar a caixa de areia diariamente, utilizando uma pá e/ou luvas
- Lavar periodicamente a caixa de areia com água quente
- Sempre que possível, delegar a limpeza da caixa de areia a outra pessoa
- Evitar ingerir alimentos crus ou mal cozinhados
- Lavar bem todos os vegetais antes de os consumir
- Utilizar luvas para realizar trabalhos de jardinagem
- Garantir uma lavagem frequente e cuidadosa das mãos
Mitos sobre a toxoplasmose
✅ Verdadeiro – O contágio ocorre por via oral, através da ingestão de alimentos contaminados ou fezes de gatos infetados.
❌ Falso – Ter um gato significa um contágio garantido, e uma mulher grávida não pode conviver com ele.
❌ Falso – Posso ser contagiado apenas por acariciar um gato.
✅ Verdadeiro – Mulheres grávidas apenas precisam de redobrar os cuidados de higiene ao manusear fezes de gatos e evitar ingerir carne crua ou vegetais mal lavados.
Tratamento da toxoplasmose em gatos
Embora o parasita não possa ser completamente eliminado do organismo do gato, é possível controlar os sintomas associados através da administração de determinados fármacos. Os mais utilizados pelos especialistas são:
- Clindamicina tópica
- Corticoides tópicos ou sistémicos