Comunicação em medicina veterinária
Tem havido um interesse crescente na área da comunicação em medicina veterinária, nomeadamente no que toca à transmissão de notícias difíceis, ao ênfase dado à comunicação em contexto académico e à aplicação de abordagens centradas no tutor, no âmbito da relação deste com o veterinário.
Esta investigação incluiu 48 estudos e procurou caracterizar a comunicação em medicina veterinária. Os estudos foram agrupados em três categorias: comunicação médico veterinário-tutor, comunicação entre os membros da equipa veterinária e ensino de técnicas de comunicação.
A comunicação entre médico veterinário e tutor foi o tema mais recorrente. Vários estudos revelaram limitações no período das consultas (24 minutos em média) e a importância da confiança nestas relações. Uma forma de estabelecer confiança é partilhar experiências pessoais e informar o tutor sobre todas as hipóteses possíveis. A comunicação não verbal tem também um papel relevante na obtenção de informação sobre o caso e também para que a transmissão das mensagens seja eficaz.
Além disso, a vida em clínica veterinária requer trabalho de equipa. No entanto, o tempo limitado, a falta de estrutura e as relações problemáticas são infelizmente comuns, podendo até estar na origem de erros clínicos. Estratégias de resolução de conflitos, como o estabelecimento de reuniões regulares e a partilha de feedbacks podem ser úteis.
Todos os estudos destacaram a importância das competências de comunicação e muitos realçaram as limitações da formação nesta matéria. De facto, um estudo revelou que apenas metade dos participantes tiveram contacto com o tema durante a sua formação académica e que muitos deles tiveram que recorrer a formações pós-graduadas sobre este tópico.
PUN, J.K.H. An integrated review of the role of communication in veterinary clinical practice. BMC Vet Res 16, 394 (2020). https://doi.org/10.1186/s12917-020-02558-2