Animais exóticos: os novos animais de companhia?
Nos últimos anos, o número de novos animais de companhia nos quais se incluem papagaios, répteis, anfíbios, coelhos e pequenos roedores, tem vindo a aumentar. No entanto, é importante reconhecer que animais não domesticados e em cativeiro têm necessidades especiais que muitas vezes são difíceis de assegurar e também comportamentos particulares que podem não corresponder às expectativas dos tutores. Neste artigo, os autores analisaram a aptidão de diferentes espécies enquanto animais de companhia.
Existem várias espécies de papagaios e por isso a sua capacidade de se tornarem animais de companhia é variável conforme as mesmas. De qualquer forma, as preocupações a nível de bem-estar animal são transversais: isolamento social, atividade de voo limitada, alimentação inadequada e criação à mão. Sabe-se que os papagaios grandes têm maior propensão para apresentar comportamentos relacionados com condições de bem-estar deficitárias e stress. Além disso, devido à sua longa esperança média de vida, estas aves podem ter de ser realojadas várias vezes.
Na opinião dos autores, répteis e anfíbios não deveriam ser animais de companhia. Vários estudos têm demonstrado que mais de metade dos répteis de companhia morrem no primeiro ano de aquisição devido a problemas relacionados com captura, transporte e/ou criação. A internet tem várias informações sobre os cuidados a ter com estes animais, mas muitas delas não são baseadas em evidência científica.
Os coelhos domésticos, os porquinhos-da-índia e os degus podem ser bons animais de estimação se os tutores (e agregado familiar) se dedicarem a estudar as suas particularidades e necessidades, bem como os sinais de doença para que os consigam identificar rapidamente. No documento original podem ler-se algumas recomendações importantes.
Este artigo destaca a importância do bem-estar em animais exóticos, particularmente em situações de cativeiro e em que os tutores não têm conhecimento sobre as características específicas de cada um. É importante que informação fiável esteja acessível para futuros tutores e que a aptidão dos animais exóticos enquanto animais de companhia seja continuamente avaliada.
Grant, R.A.; Montrose, V.T.; Wills, A.P. ExNOTic: Should We Be Keeping Exotic Pets? Animals 2017, 7, 47. https://doi.org/10.3390/ani7060047